Estudo da Sou da Paz e Insper mostra resultados positivos nos Estados em relação à segurança pública
São Paulo teve queda de 49% nos roubos de veículos entre 2014 e 2021. É o que revela o Segundo Balanço das Políticas de Gestão para Resultados na Segurança Pública, feito pelo Instituto Sou da Paz em parceria com o Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa).
O estudo também mostra que, em relação a outros índices, em 2021 o Distrito Federal registrou o menor número de homicídios em 2021, a taxa mais baixa nos últimos 45 anos, mesmo com alta na quantidade de habitantes. Ainda em relação ao mesmo crime, Alagoas apresentou diminuição de 14,8%.
Trecho do comunicado no portal do Sou da Paz informa que iniciativas estaduais representam boas práticas na área”. O relatório traz atualização do conhecimento sobre o status das diversas políticas, além de São Paulo e Distrito Federal, nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Alagoas, Espírito Santo, Ceará, Pará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Entes da federação fora do balanço ou não enviaram os documentos solicitados para a análise ou não contam com políticas dessa natureza.
“Esses foram os Estados escolhidos para compor o estudo, pois possuem políticas que promovem integração entre as polícias Civil e Militar, estabelecem e acompanham metas de redução de crimes e metodologias de acompanhamento e prestação de contas sobre os resultados e indicadores de segurança pública”, explica ao portal do Sou da Paz Carolina Ricardo, diretora executiva do instituto. “A elaboração do balanço foi participativa, nasceu de encontros com os gestores em que foram debatidos os principais desafios e as principais dificuldades”, complementa.
Ainda de acordo com ela, o estudo encontrou nesses 11 Estados programas de gestão de resultado, com destaque para o Espírito Santo, que tem uma ação mais duradoura e que mantém plano central que envolve as polícias com resultados importantes para a queda de homicídios.
Já os gaúchos têm o Rio Grande do Sul Seguro, que não tem meta a ser alcançada, porém, acompanha os indicadores e consegue outra forma de engajar os policiais. Na Paraíba, no Nordeste, um dos destaques é o Paraíba Unida pela Paz, um programa que discute as questões de homicídios e controle de armas.
“São programas que, embora não sejam uma panaceia, conseguem contribuir muito para a integração das polícias, dão uma ferramenta para o secretário de Segurança coordenar, dão uma visão de longo prazo para a segurança pública nos estados, o que não é algo trivial”, disse Carolina.
Para a diretora executiva, é necessário que governadores e secretários deem prioridade à segurança pública de forma contínua para que esses programas obtenham êxito. Para ela, não basta lidar com o problema apenas quando há a ocorrência de crimes bárbaros.
Ela ainda citou que entre as medidas que devem ser adotadas pelas administrações públicas estaduais estão definir metas de indicadores criminais e das prioridades para o Estado, realizar encontros periódicos e que envolvam as polícias, além de cobrar resultados e ter uma de suas lideranças como participante dessas reuniões.
Em sua visão, esses programas precisam ser permanentes. O governo federal, segundo ela, teria de incentivá-los para que os entes da federação tenham o compromisso de institucionalizar as iniciativas, visando evitar que sejam enfraquecidos nas mudanças de governo.