Iniciativa pretende que toda a população brasileira esteja bem alimentada até 2040
Pacto Contra a Fome é lançado em São Paulo. A iniciativa, promovida pela sociedade civil com apoio do setor privado e governo federal, tem como objetivos combater a fome e o desperdício de alimentos no Brasil, além de acabar com a fome no Brasil até 2030 e que toda a população brasileira esteja bem alimentada até 2040.
O lançamento da ação, ocorrido nesta terça-feira (24), contou com a presença de Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; e de Simone Tebet, chefe da pasta de Planejamento e Orçamento.
De acordo com o Ministério de Desenvolvimento, no total há no País aproximadamente 125 milhões de brasileiros com algum nível de insegurança alimentar. Desses, 33 milhões estão em nível mais grave de insegurança alimentar, número que representa 15,5% da população brasileira. Essa situação é verificada quando o indivíduo não tem comida ou não possui recursos para comprá-la, quando só faz uma refeição ao dia ou quando passa o dia sem ingerir nenhum alimento.
E a situação tem piorado desde 2018. Segundo o 2º Inquérito Nacional da Insegurança Alimentar no Contexto da Covid-19, produzido pela Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), formada por pesquisadores, professores, estudantes e profissionais da área, a pandemia ajudou para a piora nesse cenário.
Estudo em 2021, realizado em parceria com a Integration Consulting, consultoria de estratégia e gestão, revelou que entre os grupos mais vulneráveis estão as famílias chefiadas por mulheres, com 19,3%; os pretos e pardos, com 18,1%; e a população urbana, com 15%.
“Eu quero ajudar quem está na extrema pobreza em cada município e estado do Brasil. Nós queremos ver todos os brasileiros e brasileiras conquistando a sua carteira de trabalho assinada e devolvendo o cartão do Bolsa Família”, disse no evento de lançamento o ministro Wellington Dias.
Ao portal do ministério, Simone Tebet também reforçou que a situação é inaceitável ao País. “Por que o Brasil, um País tão rico, ainda tem uma população tão miserável, onde milhões de crianças dormem com fome?”
Já Geyse Diniz, uma das idealizadoras do pacto, relembrou a importância de que todos os setores estejam integrados à causa. “Quando nos juntamos, o poder é muito maior, a dimensão que alcançamos é muito maior. Aumenta a capilaridade e nós atingimos mais pessoas”, disse ela. “Nós não temos todas as respostas, mas temos os caminhos e muita vontade de fazer isso acontecer. O Pacto Contra a Fome é um movimento da sociedade civil. Queremos combater a fome e reduzir o desperdício de alimentos de maneira estrutural e permanente”, acrescentou.
Presente ao evento, o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, enumerou os benefícios dos 107 restaurantes Bom Prato espalhados pelo Estado, responsáveis por ofertar 135 mil refeições por dia. Ele lembrou, entretanto, que ainda assim os números da fome não estão em queda. “Combater a fome é um grande desafio e, se nós não unirmos forças, se não aproveitarmos uma oportunidade com essa, não vamos conseguir. Essa união de esforços é que nos dá esperança de que vamos avançar.”
Também compareceram ao evento de lançamento da iniciativa Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Ricardo Nunes, prefeito da capital paulista; Lilian Rahal, secretárias nacionais de segurança alimentar e nutricional; Letícia Bartholo, secretária de avaliação, gestão da informação e cadastro único; e André Quintão, secretário nacional de assistência social.
